Outubro Rosa 2013
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres.No mês mundial de conscientização sobre a doença, tire 13 dúvidas sobre o câncer de mama.
1 - O que causa o câncer de mama?
Na maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há
alguns fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a
doença. A própria idade é um deles, pois a chance aumenta na medida em
que se envelhece. Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (não
ter filhos), primeiro filho em idade avançada, não amamentação e uso de
terapia de reposição hormonal são fatores associados ao risco. Consumo
excessivo de álcool, obesidade na pós-menopausa e sedentarismo também.
Os fatores hereditários são responsáveis por menos de 10% dos cânceres
de mama. O risco é maior quando os parentes acometidos são de primeiro
grau (pai, mãe, irmãos, filhos).
2 - Atinge homens em que proporção?
O câncer de mama em
homens é raro. Estima-se que, do total de casos da doença, apenas 0,8% a
1% ocorram em pessoas do sexo masculino.
3 - Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A forma
mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor. Outros
sinais e sintomas menos frequentes são edemas semelhantes à casca de
laranja, irritação ou irregularidades na pele, dor, inversão ou
descamação no mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo).
Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
4 - É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo
não-palpáveis. Por isso, é importante a realização de exames de imagem
na faixa etária de maior risco.
5 - Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de detecção. Por quê?
Considerando as evidências atualmente disponíveis, não se pode
recomendar ou fomentar o ensino do autoexame como método de
rastreamento. Também não foi evidenciada diminuição da mortalidade por
câncer de mama com o uso do autoexame. Entretanto, o Inca destaca a
importância de que a mulher esteja atenta ao seu corpo e à saúde das
mamas. A recomendação é que, diante da observação de qualquer alteração
ou mudança nas mamas, busque imediatamente a avaliação de um médico.
6 - Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não
há evidência científica de que exista associação entre implantes
mamários de silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.
7 - Como é o tratamento de câncer de mama?
O tratamento é
multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de vários
especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o
oncologista clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira
especializada, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social.
Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e é complementado pela
radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.
8 - Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando
diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por isso, é
importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois
anos.
9 - Quais mudanças de hábito podem diminuir a chance de desenvolver câncer de mama?
Mudar estilo de vida pode reduzir 28% dos casos de câncer de mama. A
ingestão excessiva de álcool aumenta as chances de ter câncer de mama
porque altera os níveis hormonais, como o do estrogênio (toda mulher o
produz, mas existe uma atuação importante dele no desencadeamento da
patologia). Caso tenha células precursoras de câncer, essas taxas
elevadas podem favorecer a multiplicação delas. Se o consumo de bebidas
alcoólicas fosse moderado, com no máximo um drinque por dia (uma lata de
cerveja, um cálice de vinho, uma dose de bebida destilada), reduziria
em 6% a incidência.
O excesso de peso precisa ser eliminado, porque
significa alteração nos níveis hormonais. Além disso, quando as células
de gordura estão repletas, liberam fatores pró-inflamatórios. É como se a
pessoa estivesse em um processo de inflamação generalizada, o que a
torna mais vulnerável a fatores cancerígenos. O recomendado é que o
índice de massa corporal não ultrapasse 25, prevenindo 14% dos
diagnósticos.
Deixar de lado o sedentarismo queima as gorduras e
equilibra os hormônios. Mas tem de ser em ritmo moderado, como uma
caminhada mais acelerada, e por, no mínimo, 30 minutos diários. Com o
tempo, a dica é tentar aumentar a intensidade ou estender o período. A
medida isolada pode diminuir em 11% os casos de câncer de mama.
10 - Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os de
origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como feijão,
lentilha, grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos
cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a
agressão já começou. Se a célula foi alterada e não foi possível
consertar o DNA, alguns compostos promovem a morte delas, interrompendo a
multiplicação desordenada.
A ideia de que determinado alimento é
bom para tal tipo de câncer não se aplica. Tem de haver sinergismo entre
os compostos, o que ajuda em todos os tipos da doença. Por isso, é
importante variar a alimentação ao máximo. A recomendação é consumir, no
mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de frutas e 3/5 de legumes e
verduras. Cada porção equivale a uma quantia que caiba na palma da sua
mão, do produto picado ou inteiro, totalizando 80g.
11 - O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam
grande quantidade de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em
contato com o suco digestivo do estômago se transformam em compostos
cancerígenos. Evite ao máximo comê-los, mas o ideal é que não sejam
consumidos.
Limite carne vermelha a 50g semanais. A forma de
preparo dos alimentos, especialmente das carnes (de qualquer tipo), pode
influenciar. Os feitos na chapa ou fritos trazem malefícios, porque a
exposição a altas temperaturas também atua na formação de compostos
cancerígenos. Prefira levá-los ao forno ou usá-los em ensopados. Se
quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento. O churrasco também eleva os
riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do carvão tem dois
componentes cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico
aromático), que impregnam na refeição.
12 - Qual é a importância da amamentação?
Amamentar
diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença. Enquanto o bebê
suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido
mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e
renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem,
entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro
benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o
período de aleitamento.
13 - Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula
anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma
relação.
Fonte: profissionais do Inca: Fábio Gomes, nutricionista da Área de
Alimentação, Nutrição e Câncer; Jeane Glaucia Tomazelli, técnica da
Divisão de Atenção Oncológica; e Carlos Federico Lima, vice-diretor do
Hospital do Câncer III (unidade do instituto responsável pelo tratamento
do câncer de mama).